segunda-feira, 25 de abril de 2011

Movimento comunitário em ação

Glória revitalizada. Quem ama, reclama !

Amigo e morador, o Conselho Comunitário da Glória completou neste mês de abril o primeiro ano de fundação. Foi um ano de significativas ações comunitárias em favor da qualidade de vida na Glória.

A Glória é notável bairro da urbe carioca por ser sede, entre outros atrativos, de rico patrimônio arquitetônico, histórico e cultural. O sentimento predominante entre os moradores e amigos é o de que a Glória está degradada e órfã de serviços públicos de toda ordem.

Eis aí a razão primordial a impulsionar a luta comunitária direcionada a exigir das autoridades públicas a contrapartida dos serviços públicos, em face dos elevados tributos que pagamos.

A Taxa de Iluminação Pública é um exemplo de contrapartida a ser exigida, pois iluminação pública é serviço público de primeira necessidade.

Carentes e desprovidos dos serviços públicos de primeira necessidade, moradores e amigos da Glória buscaram dar forma a ações comunitárias de revitalização.

O COM-GLÓRIA então foi criado como espaço institucional para o fomento das ações comunitárias.

Relógio da Glória

Através da coleta pública de assinaturas, foi encaminhada Representação ao Ministério Público Estadual com o pedido de restauração do centenário Relógio. Da parte da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Cultural, foi aberto Inquérito Civil, em face da SECONSERVA, para apurar abandono de patrimônio cultural.

O inquérito encontra-se em trâmite e a resposta do secretário, sr. Carlos Osório, é a de que as obras de restauração do Relógio, que começaram nesta semana, sejam concluídas neste semestre.





Corredor Cultural x Ferro Velho

O ferro-velho existente na Rua da Lapa e instalado em sobrado tombado pelo patrimônio histórico, próximo ao início da Rua da Glória, fere os dispositivos legais previstos na lei que criou o corredor cultural da cidade, além de ferir a legislação ambiental, no tocante a descaracterização do imóvel tombado;  fere também  as posturas municipais, no tocante ao impacto de vizinhança.


Por conta de tudo isso foi empreendida ação comunitária de fazer o devido abaixo-assinado a Subprefeitura para as legais providências quanto ao Alvará ilegalmente concedido.

Centro Cultural da Glória

O imóvel situado na Rua do Catete nº 6, tombado pelo IPHAN, já foi orfanato um dia, com o nome de Asilo São Cornélio. Este era o desejo do proprietário, comendador João Cornélio, ao fazer o testamento e doar o imóvel para a Santa Casa da Misericórdia.

Não mais cumprindo o desejo do doador, a Santa Casa alugou o imóvel para o curso de Medicina de uma instituição privada de ensino, que depois de sair deixou o imóvel em ruínas.

Atualmente a Santa Casa tem contrato de locação firmado com empresa representante da Rede D'Or de hospitais. O provedor da Santa Casa, Sr. Dahas Zarur, afastando-se da condição imposta pelo doador, e ignorando a legislação ambiental, quer que se permita ao inquilino a construção de hospital, e para isso deixa o imóvel em abandono e ruína.

Através de coleta pública de assinaturas, o COM-GLÓRIA fez representação ao Ministério Público Federal, arguindo a inércia do IPHAN por deixar em abandono e ruína patrimônio artístico por ele mesmo tombado.

Informação recente obtida com o promotor federal do caso nos dá conta de que o referido promotor decidiu-se pela imediata Ação Civil Pública em face do provedor da Santa Casa.

O COM-GLÓRIA é de opinião que o Asilo São Cornélio seja transformado no Centro Cultural da Glória, onde pode ser abrigado o Teatro Glória, a ser devolvido ao bairro pela EBX, e abrigar também o retorno de dois monumentos que a prefeitura levou da Glória, quais sejam: a Fonte Ramos Pinto e o Chafariz das Ninfas, além de abrigar Sala de Projeção Noir, Café Cultural, Oficina de Artes para menores em estado de abandono. Tudo no sentido de que tal espaço venha a reverberar a memória artística e cultural da Glória.

Chafariz da Glória, Fontanário da Glória

No próximo ano, o fontanário (fonte d'água) ou chafariz da glória irá completar 240 anos. Este monumento que ocupa relevante espaço na memória arquitetônica da Glória vinha seguindo o mesmo diapasão de abandono pelo qual passa a Glória.

O COM-GLÓRIA tomou a iniciativa de pedir autorização técnica ao IPHAN para limpar, tirar as criminosas pichações e repintar. Assim foi feito.

Em mutirão comunitário o chafariz foi limpado, despichado e caiado. E assim vai ser toda a vez que o monumento sofrer as danosas ações de vândalos: vamos despichar e repintar.

Em mutirão comunitário o chafariz foi limpo, despichado e caiado. Esta ação comunitária trouxe-nos resultado positivo visto que o Ministério da Cultura repassou ao IPHAN a verba para restauração do Chafariz, cuja faixa da obra está ali fixada.



Crédito: Thereza Eugênia